Resumo de Organização da Justiça do Trabalho
11/07/2023Civil Law e Common Law
11/07/2023O ônus da prova é um princípio jurídico que determina a quem cabe a responsabilidade de comprovar os fatos alegados em um processo. No âmbito do Direito Processual Civil, o Código de Processo Civil (CPC) brasileiro estabelece, em seu artigo 373, que o ônus da prova incumbe ao autor, quanto ao fato constitutivo de seu direito, e ao réu, quanto à existência de fato impeditivo, modificativo ou extintivo do direito do autor.
No entanto, existem situações em que o juiz pode atribuir o ônus da prova de modo diverso. Isso pode ocorrer quando a lei assim determina, quando há peculiaridades na causa que tornam impossível ou excessivamente difícil para uma das partes cumprir o encargo, ou quando é mais fácil obter a prova do fato contrário. Nesses casos, o juiz deve fundamentar sua decisão e dar à parte a oportunidade de se desincumbir do ônus que lhe foi atribuído (Art. 373, § 1º).
Ainda, a distribuição do ônus da prova pode ser alterada por convenção das partes, desde que não recaia sobre direito indisponível da parte ou torne excessivamente difícil a uma parte o exercício do direito (Art. 373, § 3º). Essa convenção pode ser celebrada antes ou durante o processo (Art. 373, § 4º).
Em relação à falsidade de documento ou preenchimento abusivo, o ônus da prova incumbe à parte que arguir a falsidade ou abuso. Se a questão for a impugnação da autenticidade de um documento, o ônus da prova recai sobre a parte que produziu o documento (Art. 429).
O princípio do ônus da prova não se limita ao Direito Processual Civil, sendo aplicável também em outros ramos do direito, como o Direito do Trabalho, o Direito Penal, entre outros. No entanto, a forma como o ônus da prova é distribuído pode variar de acordo com as especificidades de cada área do direito. Em todos os casos, o objetivo é garantir a justiça e a equidade no processo, permitindo que cada parte tenha a oportunidade de provar suas alegações.