Aplicação do Direito: axiologia e retórica

A aplicação do direito é um processo fundamental no âmbito do sistema jurídico, pelo qual o juiz, diante de um caso concreto, analisa provas, interpreta normas jurídicas e profere uma sentença. Esse processo envolve três etapas principais: a análise das provas e a construção da versão dos fatos, a escolha e interpretação de uma norma jurídica legal e abstrata, e a transformação dessa norma em uma sentença, que representa uma norma individual e concreta.

Análise das provas e construção da versão dos fatos: Nessa etapa, o juiz examina as provas apresentadas pelas partes envolvidas no processo. Essas provas podem incluir documentos, testemunhos, perícias, entre outros. A partir da análise das provas, o juiz constrói sua compreensão dos fatos do caso. Por exemplo, em um processo de indenização por acidente de trânsito, o juiz analisará as provas apresentadas, como boletim de ocorrência, laudos médicos e depoimentos, para determinar a responsabilidade das partes envolvidas.\

Escolha e interpretação de uma norma jurídica legal e abstrata: Após a análise das provas e a construção da versão dos fatos, o juiz deve escolher uma norma jurídica pertinente ao caso, presente no ordenamento jurídico. Essa norma geral e abstrata servirá como base para a decisão do juiz. No exemplo do acidente de trânsito mencionado anteriormente, o juiz pode recorrer ao Código Civil para identificar os dispositivos legais relacionados à responsabilidade civil e indenização.

Em seguida, o juiz interpreta a norma escolhida, buscando compreender seu significado e aplicabilidade ao caso concreto. Todo esse processo é marcado pela presença de valores e de argumentos, fazendo do processo uma discussão tópica e retórica. O artigo oitavo do Código de Processo Civil (CPC) indica que o juiz aplica “o ordenamento jurídico”. Esse conceito é amplo e envolve princípios, decretos, regulamentos, portarias, normas de agências reguladoras, entre outros.

Contrariando a tese do silogismo jurídico, muitos entendem que o significado da norma jurídica não é dado, mas construído. O mesmo artigo oitavo do CPC reforça essa tese, seguindo a Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro (LINDB), ao determinar um sentido na interpretação que extrapola a literalidade: “o juiz atenderá aos fins sociais e às exigências do bem comum”.

Nesse contexto, a interpretação das normas jurídicas não é um processo mecânico, mas sim uma atividade que envolve a ponderação de diferentes argumentos e valores. O juiz deve considerar os princípios e objetivos do ordenamento jurídico, bem como as especificidades do caso concreto, para construir uma interpretação que melhor atenda aos fins sociais e às exigências do bem comum. Essa abordagem destaca a importância da argumentação jurídica e da retórica no processo de aplicação do direito, contribuindo para a realização da justiça e a efetividade das normas.

Transformação da norma em uma sentença: A última etapa do processo de aplicação do direito é a elaboração da sentença. Nessa fase, o juiz transforma a norma geral e abstrata, já interpretada, em uma norma individual e concreta, aplicável especificamente ao caso em análise. A sentença, com norma individual e concreta, será redigida, completando o processo.

Considerando que o fato foi construído a partir das provas (premissa menor) e que a norma geral e abstrata teve seu significado também construído pela interpretação (premissa menor), não existiria um silogismo automático ou matemático que levasse diretamente à sentença. A decisão do juiz é fruto de um processo complexo de construção que envolve a análise das provas, a interpretação das normas jurídicas e a ponderação de valores e princípios.

A sentença deve ser fundamentada e baseada nas provas analisadas e na interpretação das normas jurídicas. Além disso, ela própria será fruto de uma construção, precisando respeitar valores e princípios, conforme o artigo oitavo do Código de Processo Civil (CPC): deve resguardar e promover a dignidade da pessoa humana e observar “a proporcionalidade, a razoabilidade, a legalidade, a publicidade e a eficiência”.

No exemplo do acidente de trânsito, a sentença pode determinar a responsabilidade de uma das partes e estabelecer o valor da indenização a ser paga. Nessa decisão, o juiz deve levar em consideração os aspectos mencionados, equilibrando os interesses das partes envolvidas e garantindo a aplicação adequada das normas jurídicas.

Em resumo, a transformação da norma em uma sentença é um processo que envolve a análise de provas, a interpretação de normas e a ponderação de valores e princípios, refletindo a complexidade e a riqueza do sistema jurídico. Essa etapa é fundamental para a efetivação da justiça e a aplicação correta das normas, assegurando que o direito seja aplicado de maneira justa e adequada em cada caso concreto.

A aplicação do direito é, portanto, um processo complexo e essencial para a efetivação da justiça. O juiz desempenha um papel crucial ao analisar provas, escolher e interpretar normas jurídicas e elaborar a sentença. Esse processo garante que o direito seja aplicado de maneira justa e adequada, levando em consideração as especificidades de cada caso concreto.

Texto redigido pelo ChatGPT e revisado pelo Blog.