Pressupostos Processuais

Os pressupostos processuais representam os requisitos necessários para que um processo judicial seja válido e possa ser analisado de forma justa e equitativa pelo Poder Judiciário. São elementos fundamentais para o desenvolvimento adequado do procedimento em contraditório, respeitando os objetivos centrais, princípios e valores do Direito Processual, como a igualdade entre as partes, o contraditório e a ampla defesa.

A relevância dos pressupostos processuais para o Direito Processual é estratégica, pois eles garantem a estrutura para o desenvolvimento procedimental adequado. Quando observados, aumentam significativamente as chances de que as decisões judiciais sejam corretas e alinhadas com o sistema jurídico. A observância dos pressupostos processuais é do interesse de todas as partes envolvidas no processo, pois contribui para a segurança jurídica da decisão final.

Diferenciam-se das condições da ação, que dizem respeito à possibilidade do pronunciamento jurisdicional: possibilidade jurídica do pedido, interesse de agir e legitimidade da parte.

Os pressupostos processuais são considerados matérias de ordem pública, podendo ser alegados a qualquer momento e em qualquer grau de jurisdição. Sua violação pode levar à propositura de ação rescisória, permitindo a rediscussão do tema. Além disso, o magistrado pode analisar a presença desses pressupostos de ofício, a qualquer momento do processo, através do efeito translativo dos recursos.

Em caso de desrespeito a um pressuposto processual que não seja sanado, o processo será considerado inválido ou nulo. Isso gera as chamadas nulidades absolutas, que, no entanto, podem ser corrigidas durante o processo, especialmente sob uma perspectiva constitucional.

Os pressupostos processuais são classificados em dois tipos: pressupostos de existência e de validade ou desenvolvimento. Os pressupostos de existência incluem a existência de um órgão jurisdicional, a capacidade postulatória do advogado, a petição inicial, e a citação. Já os pressupostos de validade e desenvolvimento abordam a competência do órgão julgador, a ausência de impedimento do juiz, a capacidade processual das partes, entre outros aspectos.

Existem também pressupostos processuais positivos, que precisam estar presentes no processo, como a a competência absoluta, a citação válida, a petição inicial apta, o respeito à conexão em caso de propositura de ações conexas, a capacidade processual da parte, a capacidade postulatória do advogado, a imparcialidade do magistrado, entre outros, e pressupostos processuais negativos, que não podem estar presentes, como a coisa julgada, a litispendência, a perempção e a convenção de arbitragem (cláusula ou compromisso arbitral).

A inobservância dos pressupostos processuais pode resultar em nulidades processuais, situações em que o processo ou determinados atos processuais são considerados inválidos por não respeitarem os pressupostos necessários. Tais nulidades precisam ser sanadas para que o processo possa prosseguir e para que os direitos materiais envolvidos possam ser devidamente julgados.

Em suma, os pressupostos processuais são fundamentais para a validade, desenvolvimento e conclusão justa de um processo judicial. Eles garantem que o processo seja conduzido de maneira equitativa, respeitando os princípios fundamentais do Direito Processual e assegurando a justiça nas decisões judiciais.

Referências:

• MARTINS, Sergio P. Teoria geral do processo. Editora Saraiva, 2024. E-book.
• RODRIGUES, Horácio W.; LAMY, Eduardo de A. Teoria Geral do Processo. Grupo GEN, 2023. E-book.